CODEX - Quer pagar quanto?
Fusões e aquisições em alta - mas sem avanços na história da Linx; PagSeguro compra a Wirecard no Brasil; Balanco do Nubank; Creditas Home entre outras histórias
Boa tarde,
A semana passada foi calma em termos de novidades sobre a disputa pelo futuro da Linx. Ninguém soltou fato relevante nem nada. Vamos ver como serão os próximos dias. Falando nisso, a gravação do webinar de quinta estará no ar em breve para que os assinantes (e novos assinantes) possam conferir. Spoiler: a conversa foi de alto nível!
De forma geral, as fusões e aquisições parecem ter esquentado. O iFood comprou a eComanda, o Decolar levou a Koin e o PagSeguro fechou a aquisição da Wirecard. Em aportes, foram um pouco menos essa semana, 5 negócios anunciados.
O Nubank soltou o balanço dos primeiros seis meses do ano, com redução de quase um terço no prejuízo. A Apple se tornou a primeira empresa do EUA (sempre tem uma chinesa com valuations gigantescos) a valer US$ 2 trilhões. E o Banco Central criou um grupo para estudar a emissão de uma moeda digital no Brasil.
Boa leitura e boa semana!
Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe
Tem alguma dica e quer passar pra mim sem se identificar? Me manda um e-mail. O sigilo da fonte é garantido.
PagSeguro + Wirecard
O PagSeguro fechou um acordo para comprar a operação brasileira da alemã Wirecard.
A operação, que está sujeita a aprovação do Banco Central e do Cade, vinha sendo negociada desde o fim de junho, quando a companhia alemã anunciou admitir que US$ 2,1 bilhões apresentados como recursos de seu caixa simplesmente não existiam. A revelação levou à prisão o presidente da companhia, Markus Braun, por suspeita de fraude. A companhia também pediu insolvência e começou a se mexer para se desfazer de ativos - entre eles a operação no Brasil.
O valor do negócio não foi revelado, mas a estimativa é que tenha ficado na faixa de R$ 400 milhões. O potencial de sinergia é grande, mas o processo de integração das companhias pode não ser tão simples.
Tá, mas e daí?Leia maisaqui.
Nubank reduz prejuízo
Nos primeiros seis meses do ano, o neobank reduziu seu prejuízo em quase um terço na comparação com o mesmo período de 2019, somando R$ 95 milhões em perdas.
A receita dobrou, chegando a R$ 2,079 bilhões e o número de clientes também avançou na mesma proporção, atingindo a marca de 26 milhões – uma média de 41 mil novo clientes por dia.
No fim dos primeiros seis meses de 2020, o Nubank acumulou R$ 19,9 bilhões em caixa, um aumento de 48% na comparação com um ano atrás.
As informações forma postadas no blog da companhia. A expectativa é que os dados completos estejam disponíveis amanhã (25/08).
Tá, mas e daí?Leia maisaqui.
Rodadas de investimento
A Pontte, fintech de crédito com garantia de imóveis ligada à gestora Mauá, anunciou ter levantado R$ 160 milhões com um investidor que não teve o nome revelado. O Startups apurou que se trataria do GIC, fundo soberano de Cingapura com o qual a Mauá já tem relação. O valor levantado também não seria apenas de equity, mas também de funding para financiar a concessão de crédito. A Pontte não comentou.
A 100 Open Startups, que faz a conexão de empresas com startups, levantou R$ 10 milhões em uma rodada que combinou recursos captados por meio de equity crowdfunding, investidores-anjos e com a DOMO Invest. Metade dos recursos será usada para a operação da própria companhia e a outra metade nas startups participantes do programa.
O supermercado online Zipp captou R$ 3,5 milhões e se prepara para ir além de sua cidade natal, o Rio.
A Circle, aceleradora voltada a empresas do mercado de comunicação, fez um aporte de R$ 2 milhões na MKT Bank, uma fintech de antecipação de recebíveis direcionada exclusivamente a empresas de publicidade, marketing e eventos. A fintech espera movimentar R$ 30 milhões com 10 mil novos clientes até o fim de 2021.
A Congresse.me recebeu uma rodada de R$ 1,1 milhão que teve participação da Investidores.vc (do presidente da Abstartups, Amure Pinho) e da Gávea Angels. Impulsionada pela quarentena, a startup espera realizar mais de 200 eventos online em 2020.
A Birdie, startup de inteligência artificial para CPG fundada pelos brasileiros Alexandre Hadade e Patrícia Osorio nos EUA, levantou US$ 1,6 milhão em uma rodada liderada pela Astella, que já investia na companhia.
O Positive Ventures, fundo especializado em investimento em impacto, aportou R$ 4 milhões na startup de ensino de idiomas americana Slang.
O B Capital, fundo de investimento do brasileiro Eduardo Saverin (cofundador do Facebook e atualmente radicado em Singapura) fez seu primeiro aporte em uma empresa da América Latina. Foi na mexicana Yalochat, que desenvolve chatbots para atendimento a clientes. Os US$ 15 milhões serão usados para expansão internacional, inclusive no Brasil.
Aquisições
O iFood comprou a eComanda, que desenvolve um sistema de gestão para restaurantes
O Decolar.com comprou a Koin, de pagamentos. A operação está sendo financiada com US$ 200 milhões que a companhia levantou da Waha Capital e da L Catterton para reforçar suas operações.
A bandeira de cartão de crédito Amex comprou a fintech de crédito para empresas de pequeno e médio porte Kabbage. Os termos do acordo não foram revelados, mas a estimativa é que a operação esteja na casa dos US$ 880 milhões. Em 2017, quando recebeu um aporte de US$ 250 milhões da SoftBank, a companhia tinha atingido status de unicórnio, com valuation de US$ 1,2 bilhão.
Mais de 500 fundos
De 2015 até meados de 2020 pelo menos 520 fundos de venture capital investiram dinheiro em startups no Brasil, segundo levantamento feito pelo SlingHub. Ao todo, foram R$ 26,13 bilhões de recursos aplicados, sendo que 2019 foi o ano de maior movimentação, com R$ 12,03 bilhões.
Lar, doce lar
A Creditas lançou um serviço de compra e venda de imóveis, o Creditas Home. A ideia é oferecer antecipação de 60% do valor do bem que for anunciado. Quando ele for vendido, o proprietário recebe o valor descontado do que ficou devendo. A carência para começar a pagar o empréstimo é de 12 meses. A fintech também fará reformas na unidade para ajudar a vendê-la mais rápido.
Quero meu bilhão
A WDC Networks, distribuidora e integradora especializada no segmento de comuincação, está na rua para levantar R$ 1 bilhão. O número parece monstruoso quando se pensa em reais, mas no atual patamar do dólar, corresponde a menos de US$ 200 milhões – um montante não tão gritante para investidores estrangeiros que queiram ganhar com a expansão da infraestrutura de fibra no Brasil esperada para os próximos anos.
Direto no mapa
Quem (ainda) está em casa por conta da pandemia ganhou mais uma opção para pedir comida. Agora, dá para entrar direto na busca do Google ou no Google Maps e fazer seu pedido. Os restaurantes disponíveis são os cadastrados na Onyo.
Leve, ou melhor, traga, dos EUA
A Ebanx montou nos EUA uma startup de logística. A proposta da Leve é permitir que varejistas em solo americano enviem encomendas para o Brasil com mais facilidade.
Cheirinho
A Noar, startup que criou uma tecnologia de “cheiro digital”, vai lançar seu primeiro produto em conjunto com a Natura. Com ele, as consultoras poderão dispensar o uso de catálogos, borrifadores e amostras para mostrar as fragrâncias de perfumes. O Multiscent 20 é um demonstrador digital de fragrâncias controlado por um aplicativo que permite experimentar 20 fragrâncias diferentes com 100 disparos cada.
Olhando para fora
Depois de um ano arrumando a casa, a Neoway está novamente olhando para fora para acelerar seu crescimento. Para fazer isso, a companhia acaba de nomear Andrew Campbell para a posição de relação com investidores e estratégia financeira. A ideia é que o ex-executivo do Credit Suisse, que está na Neoway desde 2018, apoie o presidente Carlos Eduardo Monguilhott (mais conhecido como Kadu) em questões estratégicas ligadas a aquisições e mercado de capitais.
Aqui não!
A Buser sofreu dois reveses esta semana. No Rio Grande do Sul, a startup perdeu recurso em processo que questiona a legalidade de sua operação e continuar sem poder funcionar. Já no Rio, a companhia teve a oferta de viagens só de ida bloqueada a pedido do sindicato das empresas do setor de transportes.
Vaivém
Michel Davidovich, que comandou a operação da Gympass na Europa, assumiu como Chief Revenue Officer da Olist.
“Més que“ uma aceleradora
O InovAtiva Brasil, programa da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia e do Sebrae, ampliou seu escopo de atuação para além do programa de aceleração. No eixo "Ecossistema" ela reunirá ações para fomentar o empreendedorismo e um ambiente favorável ao desenvolvimento de negócios inovadores em todo Brasil. Já na vertente “Academyu”, o foco será na educação empreendedora com conteúdos abertos de capacitação do empreendedor e fomento aos negócios.
(Bem) Maior que o Brasil
A Apple atingiu essa semana um valor de mercado de US$ 2 trilhões - bem mais que o PIB do Brasil (US$ 1,8 trilhão). Foi a primeira vez que uma companhia nos EUA atingiu essa marca. A dona do iPhone levou mais e três décadas para chegar ao valor de US$ 1 trilhão e apenas dois anos para dobrar sua avaliação. Isso mesmo sem ter lançado nenhum produto milagroso no período. Quem se deu (muito) bem nessa foi Warren Buffet. A Berkshire Hathaway gastou US$ 35 bilhões para comprar 245 milhões de ações da Apple entre 2016 e 2018. A fatia agora vale US$ 122 bilhões.
ANPD ligada à Presidência da República?
A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão que tem como objetivo funcionar como uma espécie de “guardião” da aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), deve ficar subordinada à Casa Civil – ligada à Presidência da República. O decreto para formalização dessa estrutura já pronto.
Novo FIDC
A Empírica e a Galápagos lançaram um novo fundo para antecipar recebíveis a fornecedores de grandes companhias. A ideia é originar R$ 300 milhões no primeiro ano de operação
Moeda digital do BC
O Banco Central criou um grupo de estudos para avaliar a possibilidade de emitir uma moeda digital ou Central Bank Digital Currency (CBDC) no Brasil. Não há prazo definido para conclusão dos trabalhos.
Download
Quais são as startups que mais receberam recursos na Amércia LAtina, segundo o CB Insights.