CODEX - Quem vai ficar com a Linx?
Primeiro webinar do Startups discutirá diferentes aspectos da compra da empresa de software; Wildlife passa a valer US$ 3 bi; Natura investe na Singu; BC antecipa o PIX e muito mais
Bom dia,
Enquanto escrevo essa newsletter, a Stone e a Totvs travam uma batalha para levar a Linx. Por enquanto, são as únicas na disputa. Será que vão aparecer mais interessados? Quais os efeitos para o mercado de o negócio ser fechado com Stone ou com Linx? O que o Cade pode levar em consideração ao analisar a operação?
Para jogar luz sobre essas e outras questões é que tenho o prazer de convidar vocês para o primeiro webinar realizado pelo Startups. A conversa vai acontecer na quinta-feira, dia 20, às 18h, e contará com a participação do especialista no mercado de pagamentos Edson Santos e do advogado Bruno Maggi. Haverá espaço para perguntas no fim do debate. Mais detalhes aqui.
O acesso à transmissão ao vivo é restrito a assinantes. Depois que o evento acabar, o vídeo ficará disponível no site (também só para assinantes) por um prazo limitado.
Por isso, garanta o quanto antes a sua assinatura. Além deste conteúdo, você terá acesso às outras conversas que estão sendo programadas para as próximas semanas, além de toda produção diária do Startups.
Nos vemos na quinta, certo?
Sobre a semana passada, aconteceram mais coisas além disputa pela Linx. Teve o investimento da Natura na Singu, Wildlife levantando mais uma rodada com valution quase três vezes maior, o Governo Federal lançando serviço de antecipação de recebíveis, o Banco Central antecipando o PIX, entre outras histórias.
Boa leitura e boa semana!
Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe
Tem alguma dica e quer passar pra mim sem se identificar? Me manda um e-mail. O sigilo da fonte é garantido.
A briga pela Linx
A Linx surpreendeu o mercado no começo da tarde de terça-feira (11) ao soltar um fato relevante dizendo que estava em conversas para uma possível associação com Stone. Até aquele momento, no entanto, não haveria nada fechado. Mais tarde, a Stone comunicou que havia feito uma proposta formal à empresa de software.
Não demorou muito para a operação começar a ser alvo de questionamentos. A primeira foi a suspeita de uso de informações privilegiadas, já que as ações da Linx apresentaram movimentação considerada atípica na terça-feira antes da divulgação do fato relevante da companhia. Depois, quando detalhes da proposta da Stone foram revelados, a crítica começou a ser quanto aos termos propostas, que incluem um pagamento adicional aos fundadores da Linx, além de uma multa bastante elevada caso o negócio não seja concluído.
Na sexta (14) a Totvs causou alvoroço ao apresentar uma proposta concorrente.
Tá, mas e daí? Leia a análise aqui.
Drone delivery
O iFood recebeu aprovação da Anac para testar entregas usando drones. A operação ficará a cargo da AL Drones e da Speedbird. O primeiro teste será feito na cidade de Campinas.
Tá, mas e daí? Leia a análise
aqui
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Rodadas de investimento
A desenvolvedora brasileira de jogos Wildlife levantou uma rodada de US$ 120 milhões e passou a valer US$ 3 bilhões. Em dezembro, quando captou US$ 60 milhões, ela havia se tornado um unicórnio, valendo US$ 1,3 bilhão. A rodada atual foi liderada pela Vulcan Capital, do fundador da Microsoft, Paul Allen (falecido em 2018).
A Amparo Saúde levantou uma série B no valor de R$ 25 milhões em uma rodada liderada por um grande family office brasileiro cujo nome não foi. O laboratório Sabin e José Luiz Setúbal, que já investiam na companhia, acompanharam. Os recursos levantados serão usados para ampliar a estrutura de atendimento dentro das empresas e também do serviço de telemedicina.
A Natura fez um investimento de valor não revelado na Singu, o aplicativo de serviços de beleza criado por Tallis Gomes. A marca de produtos ainda anunciou um investimento de R$ 400 milhões em tecnologia e transformação digital
A Eldorado, braço de investimento da DMCard, comprou 40% da fintech de antecipação de recebíveis Capittale.
O pool de investimento em fintehcs criado pela Bossa Nova fez aportes em duas empresas da região Sul: Certus e Transfeera. As duas receberam um valor total de R$ 700 mil.
A Compre Sorrindo, uma plataforma de compras para produtos odontológicos, recebeu um aporte da Anjos do Brasil. O valor total de R$ 500 mil foi dividido em duas partes: uma de R$ 350 mil aportada antes da pandemia e uma segunda de R$ 150 mil que foi concretizada agora.
A Allya, startup de gestão de benefícios para departamentos de RH, recebeu uma rodada de R$ 7,5 milhões da Domo Invest.
A Impossible Foods garantiu mais US$ 200 milhões em recursos para desenvolver seus produtos plant-based. Em um ano, a companhia levantou US$ 1 bilhão.
A HMD, unicórnio que fabrica os celulares com a marca Nokia, levantou US$ 230 milhões com Google, Qualcomm e… a Nokia (a original, a finlandesa).
Como foi o mês de julho
O volume de venture capital investido nas startups brasileiras em julho de 2020 foi de US$ 87 milhões, distribuído em 37 rodadas. O montante é 81% inferior aos US$ 462 milhões aportados no mesmo mês de 2019. Por outro lado, é 117% superior quando comparado aos US$ 40 milhões investidos em julho de 2018. Os números são do Inside Venture Capital Brasil, do Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado do Distrito. Na semana anterior o SlingHub tinha soltado um relatório com números parecidos: R$ 560 milhões em 30 rodadas.
Healthtechs
Em outro levantamento, o Distrito apurou que o Brasil tem 542 healthtechs em atividade. Destas, a metade tem menos de cinco anos de operação e ainda está em seus primeiros estágios de desenvolvimento. Ainda assim, o volume de investimentos aportados nestas empresas brasileiras é significativo: desde 2014, elas receberam US$ 430 milhões, ao longo de 189 rodadas de venture capital. É a terceira vez que o Distrito faz o levantamento.
Novo fundo
A Vox Capital colocou na plataforma da corretora Órama um novo fundo de crédito para micro e pequenas empresas criado em parceria com a Empírica. A expectativa é que outras corretoras também disponibilizem o produto em breve.
Antecipagov
O Governo Federal lançou seu próprio serviço de antecipação de recebíveis. Pelo Antecipagov, as empresas que vendem para o governo poderão antecipar até 70% dos valores contratados. A ideia é dar mais fôlego às empresas, principalmente pequenas e médias, que estão com dificuldades para pegar empréstimos convencionais. Os pedidos de antecipação serão repassados a instituições financeiras para negociação e concessão do crédito.
Mais que o CDI (o que não é assim, uma Brastemp)
O Nubank está testando uma nova função batizada de resgate planejado. Com ela o cliente pode planejar o resgate de um valor que deixou guardado e receber um rendimento de 118% do CDI se deixar os recursos pelo prazo máximo previsto, de dois anos. Em julho o CDI foi de 0,19%.
Conta digital
A fintech de investimentos Grão vai ampliar suas ofertas a partir de setembro e terá também uma conta digital com cartão Visa para seus usuários (a startup inclusive entrou na turma mais recente do programa de aceleração da bandeira). A ideia é automatizar o processo de guardar dinheiro.
RJ da Grow
A Justiça pediu mais informações sobre a situação da Grin e da Yellow para embasar a decisão de conceder ou negar a recuperação judicial das empresas.
PIX antecipado
O Banco Central decidiu antecipar em um mês a primeira etapa do sistema de pagamentos instantâneos PIX. O registro das chaves de identificação dos usuários do sistema agora acontecerá a partir de 5 de outubro - contra 3 de novembro anteriormente. I início do serviço está mantido para 16 de novembro.
RJ da Grow
A Justiça pediu mais informações sobre a situação da Grin e da Yellow para embasar a decisão de conceder ou negar a recuperação judicial das empresas.
Crise, que crise?
A pandemia não tem sido um mal momento para a startup de alimentação saudável Liv Up. Com o caixa cheio depois de uma rodada feita no fim do ano passado e beneficiada pelas pessoas ficando em casa por conta das medidas de isolamento social, a companhia manteve inalterados os planos para 2020.
Number one
A Amazon se firmou como a maior vendedora de livros do Brasil, com 40% de participação. Antes da pandemia, a fatia era de 30%. O crescimento da companhia em sete anos de operação tem méritos próprios, obviamente, mas os concorrentes também “ajudaram” – no período, a Fnac fechou sua operação no país e a Livraria Cultura e a Saraiva entraram em recuperação judicial.
Seus funcionários!
Um juiz da Califórnia determinou que motoristas são funcionários do Uber e da Lyft. A ordem entra em vigor na quinta-feira (20). As companhias tiveram negado um pedido para atrasar o prazo e ainda podem apelar da decisão até ela começar a valer. As companhias já ameaçaram deixar de operar no estado.
Assine o Uber
O Uber lançou no Brasil um plano de assinatura, o Uber Pass. Por R$ 24,99 por mês, o assinante recebe: entrega grátis em todos os pedidos de Uber Eats de mais de R$ 30 e nos pedidos de Cornershop de mais de R$ 100, 10% de desconto em todas as viagens de UberX, em qualquer cidade do país e atendimento preferencial nos canais de suporte da Uber.
Airbnb na Bolsa
Previsto inicialmente para março - mas adiado pela pandemia - o IPO do Airbnb pode sair ainda no mês de agosto.
Leituras recomendadas
O que o “dinossauro” Jorge Paulo Lamann pensa sobre “essa coisa de startups”. Spoiler: tem a ver com o fato de não darem lucro.
João Kepler, da Bossa Nova, segue sobre constatação de que investidores que investem em mais negócios (que é a tese da Bossa) têm melhor desempenho.
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As tendências de investimento em venture capital por parte dos family offices ao redor do mundo, segundo o SVB.