CODEX nº 6: The unicorns are alright?
O CODEX tem como proposta fazer um resumo do que aconteceu no mundo das startups e de venture capital na semana que passou, chegando na sua caixa às segundas pela manhã.
Feliz ano novo!
De volta depois de uma breve pausa para ver as novidades da CES - 5G, 8K e inteligência das coisas (IoT) são as siglas da estação. E chamou a atenção que até Luxemburgo e a Suíça levaram suas startups para o Eureka Park, a área dedicada às companhias iniciantes na feira. E o Brasil, nada.
E que começo de ano! Uma nova rodada de investimento na Loft (que afinal, virou ou não um unicórnio?), demissões na Rappi, aquisições da Quero Educação e do Nubank e a saída da Lime do Brasil (e de outros 11 mercados).
Então vamos lá que ainda tem muita coisa pra acontecer.
Boa semana, boa leitura e um 2020 de muitos negócios e sucesso!
Tempo estimado de leitura: 11 minutos e 23 segundos
Problemas na unicorniolândia?
A Rappi confirmou apuração do Brazil Journal sobre cortes em seu quadro de funcionários. A redução é de 6%, ou mais de 300 pessoas, sendo cerca de 150 no Brasil, sua maior operação.
"A empresa optou por reduzir algumas áreas e ampliar outras para atingir seus planos", disse a empresa. “Essa decisão não afeta nossos planos de crescimento, inclusive estamos contratando um grande número de funcionários para as áreas foco", completou. A companhia só não informou quais são essas áreas foco.
Contexto: A Rappi se tornou um unicórnio com uma rodada de US$ 1 bilhão liderada pela SoftBank em maio/2019. A promessa era usar os recursos para expandir a operação no Brasil (de 20 para 70 cidades até o fim de 2019) e na América Latina (de 12 para 17 países). O mercado de entregas tem alto potencial, mas não é simples: os subsídios são parte fundamental da operação, o que deixa a conta bem alta; o iFood tem first mover advantage e lidera nas principais praças; o Uber Eats e agora a Didi (que vai lançar o 99 Food) também querem uma parte deste latifúndio. Some-se a isso os ajustes que estão sendo feitos pela SoftBank em seu portfólio depois do choque de realidade com o fiasco do IPO da WeWork e você um quadro propício a uma arrumação na casa (que poderia ter sido até bem maior).
Novo (quase) unicórnio
A Loft recebeu uma rodada investimento de US$ 175 milhões. A Series C foi liderada pela Vulcan Capital, o fundo de investimento do co-fundador da Microsoft, Paul Allen, falecido em 2018, que fez sua estreia na América Latina, e pela Andreessen Horowitz (que investe na Rappi e já tinha investido na série A da Loft em julho/2018). Fifth Wall Ventures, QED Investors, Thrive Capital, Monashees, Valor Capital e Canary, que já tinham investido na companhia em rodadas anteriores, acompanharam o aporte.
Os recursos serão usados para financiar a expansão da companhia, que está ampliando sua presença em São Paulo, está chegando ao Rio e na Cidade do México e pretende desembarcar em Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. A imprensa brasileira (inclusive este Codex) deu que a rodada colocou a Loft no panteão dos unicórnios, mas o WSJ diz que, na verdade, bateu na trave.
Contexto: Como já foi dito em edições anteriores deste Codex, o setor imobiliário brasileiro está em um bom momento por conta das expectativas com a economia e a queda nos juros. Para a Loft, a narrativa de se tornar um unicórnio é importante pois o Quinto Andar já atingiu este patamar em setembro
Lime out
Seis meses depois de chegar ao Brasil, a Lime encerrou suas operações no país. A companhia informou que a decisão foi tomada para que ela possa “concentrar recursos em mercados que nos permitam atingir nossas ambiciosas metas para 2020”.
Além do Brasil, foram fechadas outras 11 operações, sendo cinco na América Latina (os chilenos ainda terão o serviço), quatro nos EUA e na Áustria. O quadro de funcionários está sendo reduzido em 14%, o equivalente a 100 pessoas.
Contexto: A Lime tem como meta fechar o ano no azul. Se isso acontecer, será a primeira entre as companhias de mobilidade da economia compartilhada no mundo a atingir a esse patamar – lembrando que no prospecto do seu IPO, o Uber disse que pode nunca chegar lá. Com um competidor a menos, a história pode parecer ganha para a Grin. Mas a verdade não é bem essa. O Uber começou seu serviço de patinetes em Santos (SP) em dezembro e chegará a mais cidades em breve. Para gerar mais receita a Grin tem tentado se firmar como uma carteira digital. Não que essa briga sem mais fácil já que parece que todo mundo quer ser uma fintech hoje em dia.
Outros negócios
A Quero Educação comprou, por um valor não informado, a operação brasileira da americana QuinStreet. No Brasil desde 2011, a QuinStreet tinha receita anual de R$ 27 milhões
A Kenoby, de recrutamento e seleção de candidatos para vagas de emprego, recebeu um aporte de R$ 20 milhões da Astella. A ideia é adicionar inteligência artificial ao serviço e contratar mais gente. Em dois anos, a expectativa é que o quadro de funcionários triplique, para 300
Recém-chegada ao Brasil, a ClassPass, concorrente da Gympass, se tornou um unicórnio com um aporte de série E de US$ 285 milhões liderado pela LCatterton e pela Apax Digital, com participação do Temasek. A companhia pretende aplicar uma parte significativa dos recursos na América Latina, com o Brasil em destaque
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