CODEX nº 1 - Aonde você mora? Aonde você foi morar?
O CODEX tem como proposta fazer um resumo do que aconteceu no mundo das startups e do venture capital na semana que passou, chegando na sua caixa toda segunda pela manhã
A semana andava meio devagar, talvez por conta dos preparativos para o CASE - o evento anual promovido pela Abstartups, que rolou na quinta e na sexta–feira – mas terminou movimentada com novidades do QuintoAndar, uma rodada de investimento liderada pela Riverwood também na área e habitação e a liberação de consultas públicas pelo Banco Central. Boa leitura e boa semana!
Meu cafofo
Com o baú cheio de dinheiro da rodada de investimento liderada pela SoftBank em setembro, o unicórnio QuintoAndar anunciou a ampliação de suas atividades, passando a intermediar também a compra e venda de imóveis, e não só aluguel.
A companhia disse que o cadastro de unidades estaria disponível a partir de hoje, com os anúncios começando a aparecer no site em janeiro. Até o fechamento dessa news, no entanto, a opção não estava disponível (olhei por interesse jornalístico, primeiramente, mas buscando legislar em causa própria também). Vamos ver ao longo do dia e da semana.
O mercado de habitação ainda teve mais uma movimentação com a rodada de R$ 50 milhões da Redpoint eventures na Housi. A startup criada por Alexandre Frankel e que funciona de forma independente da Vitacon funciona como uma espécie de imobiliária para aluguel de imóveis em curta temporada. O proprietário cadastra o imóvel no site e ela faz anúncios nos Airbnbs, Bookings e HomeAways da vida e ainda faz toda a gestão da locação. Copm o dinheiro da rodada a companhia quer deixar de ser uma operação paulistana. O primeiro destino é Porto Alegre.
Contexto: O mercado imobiliário costuma ser uma boa medida da retomada da economia, ou pelo menos da expectativa que ela aconteça. Com um cenário de juros baixos e (lenta) recuperação dos empregos, a tendência é que as pessoas tenham mais disposição para encontrar um teto para chamar de seu, ou mesmo para investir, já que a renda fixa ficou bem menos atraente. A expectativa agora é de como será a reação da Loft e do Zap.
Reforço no Nubank
A Nubank não confirmou (e também não negou), mas fontes do Valor e do Bazil Journal confirmaram que Marcelo Kopel, diretor executivo para cartões e financiamento do Itaú Unibanco deixou a instituição para assumir como diretor financeiro da empresa do cartão roxo.
Contexto: Com status de decacorn e entrando em novos países e segmentos de atuação, o Nubank tem caixa e necessidade de trazer para sua equipe executivos com quilometragem no segmento financeiro. Ela só precisa tomar cuidado para não se deixar influenciar pelas práticas tradicionais do setor trazidas por esses nomes.
Ebanx compra
Ainda na linha dos unicórnios em ação, o mais recente deles, a curitibana Ebanx, entrou na guerra das maquininhas com a compra da JoyPay.
Contexto: Atuar no mundo físico parece ser uma extensão de atuação natural para uma empresa que já tem um alcance considerável no mundo digital. O passo adiciona complexidade à operação e pode levar a gastos mais elevados de marketing dependendo do nível de agressividade que a companhia deseje imprimir ao negócio. O mercado de maquininhas está bem tumultuado, mas ainda apresenta boas margens e tem espaço para crescer.
Open banking e sandbox
O Banco Central cumpriu o prometido e colocou em consulta pública uma proposta de regulamentação do Open Banking. As contribuições poderão ser dadas até dia 31 de janeiro de 2020. A previsão é que o texto esteja pronto em junho e que a adoção seja feita em fases a serem concluídas no 2º semestre de 2021.
O compartilhamento de informações deverá abranger pelo menos quatro áreas: canais de acesso, produtos e serviços, cadastros de clientes e transações ligadas aos produtos e serviços e também a contas-salário.
A autarquia também quer definir as regras para o sandbox, uma espécie de ambiente de testes para novos produtos e serviços financeiros.
Contexto: O avanço das fintechs nos últimos anos mostrou que apesar de todas as amarras regulatórias, o mercado financeiro brasileiro tem espaço para inovações. Mas esse espaço para novidades vai ficando mais restrito na medida que as demandas dos clientes crescem e as operações das empresas ficam mais complexas. Por isso o Open Banking e o sandbox são bem-vindos. Na Europa, a regulação do open banking, o PSD2, entrou em vigor ano passado sem causar o alvoroço que se esperava porque o sistema não estava completamente preparado. Os bancos até ganharam um pouco mais de prazo para criarem suas conexões, as APIs, e em 15 de setembro a coisa começou a valer de verdade. Se conseguirmos aprender com o que já rolou por lá, teremos a chance de mudar bastante coisa na dinâmica do setor financeiro nacional.
Outras operações
A Ninsaúde, que faz um sistema de gestão para a área médica, recebeu um aporte da Elife. A operação não teve o valor revelado. Com os recursos a companhia de Santa Catarina pretende contratar 11 pessoas.
A foodtech Eats for You, que conecta quem gosta de cozinha a quem quer comer uma comida caseira, levantou quase R$ 770 mil na primeira parte de uma rodada de investimento que pretende captar R$ 1,5 milhão até o 1º trimestre de 2020. Os investidores foram a Bossa Nova e a GVAngels. Lançada em 2018, a startup que investir em tecnologia e não ampliação de sua atuação. Hoje ela opera em São Paulo, Barueri, Cuiabá e Curitiba.
Anjos do Brasil, GVAngels, Insead Angels e MIT Alumni Angels colocaram R$ 1,8 milhão na Fishtag, que atua na venda de peixe fresco para estabelecimentos comerciais. Com menos de um ano de operação e mais de 10 toneladas de peixes vendidos, a companhia pretende investir para aprimorar sua tecnologia e ampliar sua equipe de vendas.
A startup de vestidos de noiva O Amor é Simples levantou R$ 650 mil por meio do CapTable, plataforma de equity crowdfunding do StartSe.