CODEX - Aceitamos pagamentos com Zap
WhatsApp começa a aceitar pagamentos, seis aportes no Brasil, Google lança medidas para estimular a diversidade e muito mais
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Os superapps se tornaram um sucesso na China e viraram inspiração para empresas ao redor do mundo. Mas é preciso ponderar que o mercado chinês tem características únicas que possibilitam esse desenvolvimento. Sendo assim, replicar esse modelo em qualquer outro lugar do mundo é bem difícil. Mas ninguém deixa de tentar.
Na semana passada o Facebook deu um passo nesse sentido ao anunciar o lançamento do WhatsApp Payments. O Brasil é o primeiro mercado a receber a novidade, que, como era de se esperar, está sendo amplamente questionada.
Em termos de aportes, a média das últimas semanas foi mantida, com 6 rodadas anunciadas no Brasil. Coloquei a da colombiana La Haus de bônus. Falando em empresas colombianas, a Omni foi comprada pela londrina Greensill.
Boa leitura, boa semana e não se esqueça de compartilhar o CODEX!
WhatsApp Payments
O WhatsApp vai começar a fazer e receber pagamentos no Brasil. É o primeiro país do mundo a receber a funcionalidade, que foi testada por dois anos na Índia.
A opção estará disponível gradualmente para os usuários, permitindo “fazer transferências e realizar pagamentos 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, além de acompanhar o histórico de transações”, segundo comunicado.
O WhatsApp Payments está sendo lançado em parceria com Visa, Mastercard e com a Cielo e estará disponível, inicialmente, só para clientes do Banco do Brasil (Visa), Nubank (Mastercard) e do Sicredi (Visa e Mastercard).
Tá, mas e daí A entrada do WhatsApp no mundo dos pagamentos já era esperada e, como se imaginava, está sendo alvo de muitas críticas e questionamentos. Os bancos têm mais medo da atuação das Big Techs no mercado de finanças do que das fintechs - afinal, as gigantes já têm avaliação positiva dos consumidores e muito dinheiro para gastar, enquanto as novatas estão apenas começando. Assim como a Apple lançou o Apple Pay primeiro com o Itaú por conta do público de alta renda do Personnalité, faz sentido o Banco do Brasil, o Sicredi e o Nubank embarcarem nessa onda logo de cara, já que têm um perfil de clientes mais popular. O BB também já tem um histórico de relação com o WhatsApp. O Facebook ainda tem na manga o lançamento da carteira digital Novi (antiga Calibra), que vai funcionar com a criptomeda proposta pela companhia, a Libra. As duas iniciativas ainda estão em fase de desenvolvimento - e também sendo altamente questionadas.
Por falar em pagamentos…
O Bradesco está preparando sua própria carteira digital, a Bitz.
Diversidade
O Google anunciou uma série de medidas para promover a diversidade e reduzir a discriminação dentro da companhia. Uma das metas é ter 30% das lideranças da companhia vinda de perfis menos representados até 2025. O percentual atual não foi divulgado.
A companhia também lançou um fundo de US$ 175 milhões para investir em pequenas empresas e fundos liderados por negros. A companhia já tinha criado um outro fundo, de US$ 100 milhões, para financiar produções de artistas e criadores negros no YouTube.
Tá, mas e daí As gigantes do mundo da tecnologia podem ser parte da solução para a questão da diversidade, mas, da forma como as coisas estão hoje, elas são uma grande parte do problema. Isso porque, ao procurar sempre “os melhores dos melhores” para seus quadros, elas não olham as características locais de cada país, e sim replicam os estereótipos de suas matrizes. Por exemplo, falar em uma meta de 30% de líderes de populações sub-representadas pode fazer sentido para o EUA, que têm menos de 15% de sua população negra. Mas e no Brasil, onde esse percentual passa de 50%?
Rodadas de investimento
A Remessa Online, startup de transferências internacionais, recebeu um aporte de R$ 110 milhões. A rodada foi liderada pelo fundo Kaszek e por Kevin Efrusy, do fundo americano Accel, e contou com participação da Bewater Ventures. A startup quer usar os recursos para ampliar sua atuação entre pequenas e médias empresas que prestam serviços para o exterior, que tenham gastos em outras moedas ou até mesmo empresas que estejam em processo de captação de recursos.
Dois meses depois de levantar R$ 250 milhões com o SoftBank a PetLove fez uma nova captação com o fundo de private equity L. Catterton. O valor não foi divulgado, mas, segundo o Estadão, somou R$ 125 milhões.
A Cargo X recebeu um aporte de R$ 15 milhões da Pattac Empreendimentos. Os recursos serão usados para ajudar no capital de giro de transportadorasafetadas pela pandemia.
A BizCapital, de empréstimos para micro e pequenas empresas, recebeu um aporte de R$ 65 milhões em uma rodada série B liderada pelo DEG, braço de investimento internacional do banco de desenvolvimento alemão, o kfW. O fundo de investimento em startups do Mercado Livre, o Meli Fund, também participou. A companhia já tinha levantado R$ 35 milhões de fundos como Monashees e Quona Capital. A companhia pretende investir na ampliação de seu portfólio de produtos e também no FIDC que usa para oferecer seus empréstimos.
A Arena, startup de marketing que usa inteligência artificial para prever comportamentos de consumidores, recebeu um aporte de R$ 11,6 milhões liderado pela Redpoint eventures. A empresa chama a rodada de um “seed 2”. Os recursos serão usados para ampliar a equipe de marketing e vendas, além de aumentar a presença global. A Arena, que oferece um produto baseado na nuvem, tem 6 mil clientes em 124 países .
A Payface, de pagamentos usando reconhecimento facial, captou R$ 3 milhões em uma rodada da qual participaram o Innivation Hub BRQ (braço de investimento em startups da empresa de serviços de TI BRQ) , o fundo Next A&M da consultoria Alvarez & Marsal, a aceleradora Darwin Startups, investidores individuais como Conrado Engel (ex-presidente do HSBC no Brasil) além de grupos de investidores apoiados pela Harvard Angels e Nikkey Empreendedores do Brasil (NEB). Um dos investimentos que a companhia vem fazendo é adaptar sua tecnologia para reconhecer as pessoas mesmo que elas estejam usando máscara.
A La Haus, proptech colombiana que atua em Bogotá, Medellín e na Cidade do México, recebeu um aporte de US$ 10 milhões em uma rodada liderada pelo fundo Kaszek. Também participaram os fundos NFX, Acrew Capital, IMO Ventures, e Beresford Ventures e anjos como Brian Requarth, fundador do VivaReal - que foi vendido ao Zap, dando origem ao Grupo Zap que foi vendido para a OLX – e o fundador do Nubank, o também colombiano David Vélez. Vélez, aliás, estudou em Stanford com dois dos fundadores da La Haus, Jerónimo Uribe (filho do ex-presidente colombiano) e Rodrigo Sánchez-Ríos. Quem também estava nessa turma era Gabriel Braga, fundador do QuintoAndar.
Ah, esse mundo digital...
A companhia suíça de produtos agrícolas Syngenta criou uma holding batizada de... wait for it... Syngenta Digital para controlar as startups que adquiriu nos últimos anos. A lista inclui as americanas Ag Connections e FarmShots, a ucraniana Cropio e a brasileira Strider (comprada em 2018).
Aquisição
A inglesa Greensill (que faz parte do portfólio do Vision Fund, da SoftBank) comprou a colombiana Omni, que atua na concessão de crédito para pequenas e médias empresas. O valor da operação não foi revelado. O negócio tem como objetivo acelerar a expansão da Greensill na América Latina.
Puro glamour (só que mais barato)
A atriz Fiorella Mattheis lançou o Gringa, um brechó virtual de artigos de luxo. A ideia é promover a economia circular e vender produtos com preços de 30% a 70% mais baixos que os das lojas, dependendo da marca, estado e raridade da peça. Entre os investidores e conselheiros da marca estão Luiza Nolasco, Maurício Feldmann (co-fundador da Volanty) e João Machado. A estimativa é que o mercado de revenda chegará a US$ 52 bilhões globalmente em 2024, contra US$ 24 bilhões atualmente, segundo a ThredUp.
Diversificando com a pandemia
A DogHero antecipou os planos e lançou um serviço de veterinário em domicílio. A consulta para os bichanos custa, em média, R$ 150. A prestação de serviços corresponde a 16% do setor pet no Brasil (que foi de R$ 36 b bilhões em 2019 segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, a Abinpet).Fora da minha cozinha!
Em meio a um intenso programa de corte de custos, o Uber decidiu enterrar seu projeto de cozinhas compartilhadas (ou dark kitchens).
Contratação
A Pravaler, de crédito estudantil, contratou o diretor financeiro da Rodobens, Haroldo Carvalho, para tocar suas finanças. A movimentação acontece depois de o Itaú ter ampliado sua presença na companhia, saindo de 9% para 37,9% com a compra de participação de fundos geridos pela Victoria Capital Partners e pelo International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial (CODEX n° 5).
Leituras recomendadas
Qual o impacto da Covid-19 nas pequenas e médias empresas? Uma pesquisa feita pela PEGN, com a Resultados Digitais e a Endeavor lança luz sobre essa questão.
A pressão dos governos sobre as Big Techs só tende a aumentar nos próximos anos só tende a aumentar e, em uma década essas companhias serão divididas, na avaliação de Chamath Palihapitiya, um ex-executivo do Facebook que se juntou ao coro dos críticos ao poderio dos gigantes da tecnologia.
Quando a vida voltará ao normal?
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