CODEX – A newsletter semanal do Startups
Primeira semana do Startups, PagSeguro e Conductor vão às compras, Magnetis recebe aporte de R$ 60 mi, Origem levanta R$ 5 milhões com a Barn, Yellow e Grin pedem recuperação judicial e muito mais
Bom dia,
Há uma semana eu começava minha trajetória como empreendedor e o Startups deixava de ser uma ideia para se tornar algo concreto.
Estou muito feliz e orgulhoso do que aconteceu até agora e só tenho a agradecer a vocês!
A lista de leitores cresceu com a chegada de Stone, Cubo, Expense On, Food Ventures, Konkero, BTG, XP entre outros. Um salve especial ao Pedro Sorrentino e ao pessoal da ONEVC!
Nomes de peso como esses mostram o interesse por um noticiário de qualidade sobre o mercado.
Mas ainda é só o começo. Há muito para evoluir no Startups e no ecossistema. Então compartilhe, nos siga nas redes sociais (LinkedIn e Instagram) e, é claro, assine o Startups. A assinatura é a forma de reforçar cada vez mais a cobertura e mantê-la independente.
Sem mais delongas, vamos ao que interessa: o resumo dos acontecimentos da semana que passou, que é a proposta do CODEX.
Foram dias animados, com aportes, aquisições, parcerias e até uma recuperação judicial. Foram muitas movimentações principalmente na área de pagamentos. Teve o PagSeguro comprando a Zygo, a Concuctor levando a Muxi, a 99 anunciando sua própria carteira digital. PayPal passa a ser aceito no Mercado Pago. A Magnetis, de investimentos, levantou R$ 60 milhões em uma rodada liderada pela Redpoint. E a Grow, dona da Yellow e da Grin, fez água. Bônus: a Lime voltou ao Brasil.
Boa leitura e uma ótima semana.
Gustavo Brigatto
Fundador e Editor-Chefe
Triste fim: a recuperação Judicial da Grow (e a volta da Lime ao Brasil)
A Grow, dona da Yellow e da Grin, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo. O processo na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais foi distribuído hoje ao juiz João de Oliveira Rodrigues Filho. O Veirano Advogados representa a companhia. A Grow acumula dívida de R$ 38 milhões.
Em um outro lance surpreendente do mercado, a Lime anunciou sua volta ao Brasil, pelo Rio de Janeiro. A companhia que chegou ao país em julho/2019 tinha anunciado o fim da operação em janeiro/2020. Em maio, ela “voltou” a operar no Brasil depois que o Uber repassou seu negócio de patinetes para ela. Em julho, uma segunda saída. Agora, ela volta de novo. Ufa…
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Movimentações em pagamentos (e investimentos e em crédito)
Se há um mercado que vai sair beneficiado da pandemia é o de pagamentos digitais, por conta da digitalização forçada pelas medidas de isolamento social. E os movimentos das empresas para ganhar força para o que está por vir estão começando a se acelerar.
A Conductor comprou a Muxi para avançar na América Latina, o PagSeguro arrematou a Zygo para que os varejistas ofereçam programas de fidelidade, a Oi se juntou ao Conta Zap para lançar um banco digital e o Mercado Pago começou a aceitar pagamentos com PayPal.
Na ponta dos investimentos, a Magnetis levantou R$ 60 milhões em uma rodada liderada pela Redpoint para investir na melhoria de seus produtos e lançar sua própria corretora.
Já a Creditas que tinha começado a fazer empréstimo consignado para funcionários de empresas, começou a fazer antecipação de salário. Também na área de crédito, a Jeitto se integrou à carteira digital da Lojas Americanas, a Ame Digital, para oferecer crédito aos seus usuários (a Rebel já tinha entrado também).
E falando em carteira digital, a 99 lançou a sua própria, a 99Pay - com direito a cashback e descontos em corridas e pedidos de comida.
Tá, mas e daí?
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Rodadas de investimento
A Origem, que desenvolveu uma moto elétrica 100% nacional, recebeu um aporte de R$ 5 milhões da Barn para ampliar sua equipe comercial e investir no desenvolvimento de produtos. Junto com a rodada, a companhia também garantiu R$ 5 milhões em linhas de crédito que serão usados para financiar a produção de um lote inicial de 50 motos para validar a linha de produção montada em um galpão em Brasília.
A Trocafone, de compra e venda de celulares, está em busca de uma nova rodada de investimento. A companhia quer captar entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões em uma Série C que tem como objetivo ampliar sua presença no Brasil e preparar as bases para um avanço na América Latina. O Itaú BBA está assessorando a empresa nas conversas com os fundos.
A Classpert, um comparador de cursos on-line, recebeu um aporte de R$ 5 milhões liderado pela Iporanga Investimentos. Também participaram o Canary, Eduardo Wurzmann (fundador do Ibmec) e Mario Pinheiro (fundador da Estratégia Concursos). Os recursos terão o destino clássico de uma rodada de venture capital: contratações e desenvolvimento de tecnologia. A companhia tem 250 mil cursos cadastrados e perto de 100 mil usuários
A Mottu, que aluga motos para entregadores, recebeu um aporte de US$ 2 milhões liderado pela Caravela Capital. Também participaram Elie Horn, fundador da Cyrella, José Galló, ex-CEO da Renner. O plano é usar os recursos para comprar 2 mil novas motos. Fundada por Rubens Zanelatto, a Mottu começou a operar no fim de janeiro e recebeu 15 mil cadastros. Entre seus primeiros investidores está Ariel Lembrecht, fundador da 99 e da Yellow.
O Fleury e o Sabin compraram fatias de 18% e 12%, respectivamente, na Prontmed, de prontuários médicos. A roda de série B da companhia não teve valor revelado. Os recursos serão usados para aumentar os esforços comerciais e lançar um novo produto de apoio a diagnósticos para os médicos.
A Conta Simples foi selecionada para a atual turma da Y Combinator e recebeu um aporte da aceleradora. A Y Combinator aporta US$ 125 mil por 7% das empresas que escolhe para acelerar. Ao fim do programa, quando as empresas fazem uma nova capacitação, essa fatia pode ser diluída para cerca de 4%, ou ficar abaixo de 7% caso ela resolva colocar mais recursos.
Conversão de ações
A GP Investimentos converteu em ações um total de US$ 5 milhões em debêntures que tinha da Quero Educação. O movimento faz parte da estratégia da gestora de fundos de private equity de montar “um portfólio de empresas tech-enabled e de rápido crescimento”. Além da Quero, ela tem investimentos na fintech Blu e no fundo de venture capital Expanding Capital, do Vale do Silício.
Saudades de ir para o escritório, né?
Quem não via a hora de voltar a pegar trânsito e ver gente no escritório pode comemorar. O Cubo volta a operar hoje. Mas com algumas restrições e adaptações. A capacidade máxima estará limitada a 30%. As posições terão distância de 1,8 metro. O uso de máscaras será obrigatório e a realização de eventos e entrada de convidados permanecem suspensos.
O espaço ainda anunciou a criação de um modelo de uso por assinatura. O valor mensal é de R$ 250. O plano dá direito a ter o nome da companhia estampado no site do Cubo, a postar vagas, acessar os desafios das empresas que ser relacionam com o Cubo, participar do grupo no Slack e de eventos e ter descontos em serviços digitais
Para usar o prédio, é preciso pagar R$ 75 por dia por uma estação móvel ou R$ 950 por uma fixa. Uma sala custa R$ 1050 por posição.
Yes, nós (também) temos táxis
O Uber adicionou táxis à sua lista de serviços no Brasil. A primeira cidade atendida é São Paulo. O cadastro de motoristas está aberto e a opção estará disponível aos usuários do aplicativo agora em agosto. A novidade acirra a disputa com a 99 em um filão mais estável e lucrativo do mercado, o atendimento a empresas.
Aceleração a distância
O Google anunciou as empresas que farão parte da nova turma do seu programa de aceleração de startups. O programa que dá mentorias e créditos em produtos da companhia dura três meses e será feito totalmente on-line pela segunda vez. As companhias selecionadas foram: Blox, CM Tecnologia, Delfos, Dom Rock, Eunerd, Hi Technologies, Pravaler, Vindi e Mediação Online (MOL).
Quanto tempo faz?
Segundo dados do InsideVC, do Distrito fornecidos com exclusividade ao Startups, o tempo médio entre rodadas de investimento no primeiro semestre de 2020 ficou em pouco mais de um ano em rodadas iniciais (pré-seed e seed) e em mais de dois anos quando o assunto são séries A e B.
Faltou da semana passada
A Neon comprou a corretora Magliano
O BTG ampliou sua fatia na Credpago
Tá ruim pra quem mesmo?

Leituras recomendadas
O Anderson Wustro, da Questum, lançou ideias interessantes sobre a venda de uma startup em meio à pandemia.
O Global Antitrust Institute, ligado à universidade americana George Mason tem recebido apoio das Big Techs para dizer a reguladores de todo mundo que as áreas em que atuam não precisam ser reguladas (apesar de, publicamente, dizerem que são favoráveis a isso), segundo o NYT.
O Facebook tem procurado fundos de venture capital e também conversado diretamente com startups para fazer investimentos. O interesse da gigante, no entanto, está sendo visto com desconfiança, segundo o The Information. A avaliação é que se trataria de uma estratégia para acessar e se apoderar de inovações antes que elas possam atrapalhar a companhia.
Possível aquisição
A Microsoft está em conversas para comprar o aplicativo TikTok. O acordo está sendo costurado por pressão do presidente Donald Trump que não quer o aplicativo ganhando espaço em seu terreiro. A dona do Windows não tem um histórico muito brilhante quando o assunto é produtos de consumo, mas ok.
A ByteDance vinha considerando a possibilidade de abrir o capital do aplicativo nos EUA para reduzir a pressão do governo sobre ela.
A briga com o TikTok tem dois aspectos interessantes: o aplicativo virou a bola da vez para Trump, depois da Huawei, dentro da disputa geopolítica entre EUA e China; além disso, ele tem ganhado espaço entre os jovens e já foi usado para trolar Trump – o que o torna um componente importante para a eleição de novembro.
Off topic…
A chinesa Huawei assumiu a liderança do mercado mundial de smartphones, desbancando a Samsung, que estava no posto desde 2011.
Segundo a empresa de pesquisa Canalys, foram 55,8 milhões de aparelhos vendidos no segundo trimestre, uma queda de 5% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Samsung despencou 30% em vendas, caindo para 53,7 milhões de aparelhos
Em uma visita à China em 2014, quando a Huawei estava em terceiro no mercado, um executivo da companhia disse que passar a Apple e a Samsung seria muito difícil e que isso só aconteceria se as duas marcas pisassem na bola. Deu no que deu.
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